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Todo o conforto do design brasileiríssimo de Sergio Rodrigues

Leitura: 4 mins.

Em seus 60 anos de carreira, o arquiteto criou cerca de 1.200 peças e ganhou reconhecimento em todo o mundo por seus móveis cheios de conforto, estilo e brasilidade.

Criados numa época em que o mundo do design valorizava móveis puramente funcionais e de apelo internacional, as peças de Sergio Rodrigues trouxeram uma característica genuinamente brasileira e muita descontração a esse universo.

Nascido em 1927, Rodrigues se formou em 1952 na Faculdade Nacional de Arquitetura do Brasil, atual Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro – FAU/UFRJ. Saiba mais sobre a vida e obra desse mestre do design.

Designer desde pequeno

Pode-se dizer que Sergio Rodrigues nasceu designer. Ainda criança, na oficina de conserto de móveis de seu tio James, ele prestava atenção em tudo à sua volta e começou a fazer seus próprios brinquedos com as técnicas de marcenaria que aprendia por lá. Já na faculdade de Arquitetura, começou a se interessar por design de interiores e, anos depois, viria a se tornar ícone de um design com alma genuinamente brasileira.

Em busca da brasilidade

Na década de 1950, o Brasil estava ávido por inovação e pela afirmação de uma cultura nacional, com eventos como a construção de Brasília e o surgimento da Bossa Nova. Nesse contexto, Rodrigues partiu em busca de um design que realmente representasse a cultura brasileira, com móveis confortáveis e próprios para o clima tropical. A resposta ele encontrou em peças robustas, com formas irreverentes, e no uso de muito couro, madeira maciça e palhinha.  

Criações de mestre

Ao longo dos seus 60 anos de carreira, Sergio Rodrigues acumulou cerca de 1.200 criações. Seus móveis foram utilizados em empresas, residências, repartições governamentais, representações diplomáticas e até mesmo em palácios.

Sua criação mais famosa, a poltrona Mole, é a versão reduzida de um sofá desenhado a pedido de um amigo, o fotógrafo Otto Stupakoff. Conhecida pelo altíssimo conforto e design arrojado, com base de madeira e almofadas em couro que parecem se esparramar por toda a sua estrutura, a Mole não emplacou nas vendas na época, mas lançou o designer brasileiro à fama mundial ao ganhar o Concurso Internacional do Móvel em Cantu (Itália) em 1961.

Outro móvel que merece destaque é a poltrona Kilin, criada para ser mais acessível, uma vez que os modelos criados pelo arquiteto costumavam ser caros por conta dos materiais e mão de obra. A Kilin, batizada em homenagem a sua esposa, Vera Beatriz, a quem ele chamava carinhosamente de “esquilinha”, usa uma base de madeira com encaixes e um assento de couro “flutuante”, que se molda ao corpo de quem se senta.

Já a cadeira Diz evidencia toda a maestria de Rodrigues, que conseguiu fazer um produto absolutamente confortável apenas com madeira, sem nenhum tipo de estofamento. Esses são apenas alguns exemplos de como as criações de Sergio Rodrigues foram capazes de extrair o melhor dos materiais escolhidos, proporcionando o máximo de conforto.

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